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Este capítulo traz explicações de como manipular discos rígidos e partições no
sistema GNU/Linux
e como acessar seus discos de CD-ROM e partições
DOS
, Windows 95/98
no GNU/Linux
.
São divisões existentes no disco rígido que marcam onde começa onde termina um
sistema de arquivos. Por causa destas divisões, nós podemos usar mais de um
sistema operacional no mesmo computador (como o GNU/Linux
,
Windows
e DOS
), ou dividir o disco rígido em uma ou
mais partes para ser usado por um único sistema operacional.
As subseções seguintes explicarão maneiras de formatar seus disquetes para
serem usados no GNU/Linux
e DOS/Windows
.
Para formatar disquetes para serem usados no GNU/Linux
use o
comando:
mkfs.ext2 [-c] [/dev/fd0]
Em alguns sistemas você deve usar mke2fs
no lugar de
mkfs.ext2
. A opção -c faz com que o
mkfs.ext2
procure por blocos danificados no disquete e
/dev/fd0
especifica a primeira unidade de disquetes para ser
formatada (equivalente a A: no DOS). Mude para
/dev/fd1
para formatar um disquete da segunda unidade.
OBS: Este comando cria um sistema de arquivos ext2 no disquete que é
nativo do GNU/Linux
e permite usar características como permissões
de acesso e outras. Isto também faz com que o disquete NÃO possa ser lido pelo
DOS/Windows
. Para formatar um disquete no GNU/Linux
usando o FAT12 (compatível com o DOS/Windows) veja próxima seção.
Exemplo: mkfs.ext2 -c /dev/fd0
A formatação de disquetes DOS
no GNU/Linux
é feita
usando o comando superformat
que é geralmente incluído no pacote
mtools
. O superformat
formata (cria um sistema de
arquivos) um disquete para ser usado no DOS
e também possui opções
avançadas para a manipulação da unidade, formatação de intervalos de cilindros
específicos, formatação de discos em alta capacidade e verificação do disquete.
superformat [opções] [dispositivo]
Unidade de disquete que será formatada. Normalmente /dev/fd0
ou
/dev/fd1
especificando respectivamente a primeira e segunda
unidade de disquetes.
Especifica o nível de detalhes que serão exibidos durante a formatação do
disquete. O nível 1 especifica um ponto mostrado na tela para cada trilha
formatada. Veja a página de manual do superformat
para detalhes.
Verifica primeiro se a trilha pode ser lida antes de formata-la. Este é o padrão.
Verifica o disquete usando o utilitário mbadblocks
. Usando esta
opção, as trilhas defeituosas encontradas serão automaticamente marcadas para
não serem utilizadas.
Verifica todo o disquete no final da formatação.
Não faz verificação de leitura.
Na primeira vez que o superformat
é executado, ele verifica a
velocidade de rotação da unidade e a comunicação com a placa controladora, pois
os discos de alta densidade são sensíveis a rotação da unidade. Após o teste
inicial ele recomendará adicionar uma linha no arquivo
/etc/driveprm
como forma de evitar que este teste seja sempre
executado. OBS: Esta linha é calculada de acordo com a rotação de usa unidade
de disquetes, transferência de dados e comunicação com a placa controladora de
disquete. Desta forma ela varia de computador para computador Note que não é
necessário montar a unidade de disquetes para formata-la.
Segue abaixo exemplos de como formatar seus disquetes com o
superformat
:
superformat /dev/fd0 - Formata o disquete na primeira unidade de disquetes usando os valores padrões.
superformat /dev/fd0 dd - Faz a mesma coisa que o acima, mas assume que o disquete é de Dupla Densidade (720Kb).
superformat -v 1 /dev/fd0 - Faz a formatação da primeira unidade
de disquetes (/dev/fd0
) e especifica o nível de detalhes para 1,
exibindo um ponto após cada trilha formatada.
Além de programas de formatação em modo texto, existem outros para ambiente gráfico (X11) que permitem fazer a mesma tarefa.
Entre os diversos programas destaco o gfloppy
que além de permitir
selecionar se o disquete será formatado para o GNU/Linux
(ext2) ou
DOS
(FAT12), permite selecionar a capacidade da unidade de
disquetes e formatação rápida do disco.
O GNU/Linux
acessa as partições existente em seus discos rígidos e
disquetes através de diretórios. Os diretórios que são usados para acessar
(montar) partições são chamados de Pontos de Montagem. Para detalhes
sobre montagem de partições, veja Montando
(acessando) uma partição de disco, Seção 4.5.
No DOS
cada letra de unidade (C:, D:, E:) identifica uma partição
de disco, no GNU/Linux
os pontos de montagem fazem parte da grande
estrutura do sistema de arquivos raiz.
No GNU/Linux
, os dispositivos existentes em seu computador (como
discos rígidos, disquetes, tela, portas de impressora, modem, etc) são
identificados por um arquivo referente a este dispositivo no diretório
/dev
.
A identificação de discos rígidos no GNU/Linux
é feita da seguinte
forma:
/dev/hda1 | | || | | ||_Número que identifica o número da partição no disco rígido. | | | | | |_Letra que identifica o disco rígido (a=primeiro, b=segundo, etc...). | | | |_Sigla que identifica o tipo do disco rígido (hd=ide, sd=SCSI, xt=XT). | |_Diretório onde são armazenados os dispositivos existentes no sistema.
Abaixo algumas identificações de discos e partições em sistemas Linux:
/dev/fd0 - Primeira unidade de disquetes.
/dev/fd1 - Segunda unidade de disquetes.
/dev/hda - Primeiro disco rígido na primeira controladora IDE do micro (primary master).
/dev/hda1 - Primeira partição do primeiro disco rígido IDE.
/dev/hdb - Segundo disco rígido na primeira controladora IDE do micro (primary slave).
/dev/hdb1 - Primeira partição do segundo disco rígido IDE.
/dev/sda - Primeiro disco rígido na primeira controladora SCSI.
/dev/sda1 - Primeira partição do primeiro disco rígido SCSI.
/dev/sdb - Segundo disco rígido na primeira controladora SCSI.
/dev/sdb1 - Primeira partição do segundo disco rígido SCSI.
/dev/sr0 - Primeiro CD-ROM SCSI.
/dev/sr1 - Segundo CD-ROM SCSI.
/dev/xda - Primeiro disco rígido XT.
/dev/xdb - Segundo disco rígido XT.
As letras de identificação de discos rígidos podem ir além de hdb,
em meu micro, por exemplo, a unidade de CD-ROM está localizada em
/dev/hdg
(Primeiro disco - quarta controladora IDE).
É importante entender como os discos e partições são identificados no sistema, pois será necessário usar os parâmetros corretos para monta-los.
Você pode acessar uma partição de disco usando o comando mount
.
mount [dispositivo] [ponto de montagem] [opções]
Onde:
Identificação da unidade de disco/partição que deseja acessar (como /dev/hda1 (disco rígido) ou /dev/fd0 (primeira unidade de disquetes).
Diretório de onde a unidade de disco/partição será acessado. O
diretório deve estar vazio para montagem de um sistema de arquivo. Normalmente
é usado o diretório /mnt
para armazenamento de pontos de montagem
temporários.
Tipo do sistema de arquivos usado pelo dispositivo. São aceitos os sistemas de arquivos:
ext2 - Para partições GNU/Linux
usando o Extended File
System versão 2 (a mais comum).
ext3 - Para partições GNU/Linux
usando o Extended File
System versão 3, com suporte a journaling.
reiserfs - Para partições reiserfs, com suporte a journaling.
vfat - Para partições Windows 95
que utilizam nomes
extensos de arquivos e diretórios.
msdos - Para partições DOS
normais.
iso9660 - Para montar unidades de CD-ROM
. É o padrão.
umsdos - Para montar uma partição DOS
com recursos de
partições EXT2
, como permissões de acesso, links, etc.
Para mais detalhes sobre opções usadas com cada sistema de arquivos, veja a página de manual mount.
Caso for especificada, monta a partição somente para leitura.
Caso for especificada, monta a partição como leitura/gravação. É o padrão.
Existem muitas outras opções que podem ser usadas com o comando
mount
, mas aqui procurei somente mostrar o básico para
"montar" seus discos e partições no GNU/Linux
(para mais
opções, veja a página de manual do mount). Caso você digitar
mount sem parâmetros, serão mostrados os sistemas de arquivos
atualmente montados no sistema. Esta mesma listagem pode ser vista em
/etc/mtab
. A remontagem de partição também é muito útil,
especialmente após reparos nos sistema de arquivos do disco rígido. Veja
alguns exemplos de remontagem abaixo.
É necessário permissões de root para montar partições, a não ser que tenha
especificado a opção user no arquivo /etc/fstab
(veja
fstab, Seção 4.5.1).
Exemplo de Montagem:
Montar uma partição Windows (vfat) de /dev/hda1
em
/mnt
somente para leitura: mount /dev/hda1 /mnt -r -t
vfat
Montar a primeira unidade de disquetes /dev/fd0
em
/floppy
: mount /dev/fd0 /floppy -t vfat
Montar uma partição DOS localizada em um segundo disco rígido
/dev/hdb1
em /mnt
: mount /dev/hdb1 /mnt -t
msdos.
Remontar a partição raíz como somente leitura: mount -o remount,rw /
Remontar a partição raíz como leitura/gravação (a opção -n é usada
porque o mount
não conseguirá atualizar o arquivo
/etc/mtab
devido ao sistema de arquivos /
estar
montado como somente leitura atualmente: mount -n -o remount,rw /.
O arquivo /etc/fstab
permite que as partições do sistema sejam
montadas facilmente especificando somente o dispositivo ou o ponto de montagem.
Este arquivo contém parâmetros sobre as partições que são lidos pelo comando
mount
. Cada linha deste arquivo contém a partição que desejamos
montar, o ponto de montagem, o sistema de arquivos usado pela partição e outras
opções. fstab
tem a seguinte forma:
Sistema_de_arquivos Ponto_de_Montagem Tipo Opções dump ordem /dev/hda1 / ext2 defaults 0 1 /dev/hda2 /boot ext2 defaults 0 2 /dev/hda3 /dos msdos defaults,noauto,rw 0 0 /dev/hdg /cdrom iso9660 defaults,noauto 0 0
Onde:
Partição que deseja montar.
Diretório do GNU/Linux
onde a partição montada será acessada.
Tipo de sistema de arquivos usado na partição que será montada. Para partições
GNU/Linux
use ext2, para partições DOS
(sem
nomes extensos de arquivos) use msdos, para partições Win
95
(com suporte a nomes extensos de arquivos) use vfat, para
unidades de CD-ROM use iso9660.
Especifica as opções usadas com o sistema de arquivos. Abaixo, algumas opções
de montagem para ext2/3 (a lista completa pode ser encontrada na página de
manual do mount
):
defaults - Utiliza valores padrões de montagem.
noauto - Não monta os sistemas de arquivos durante a inicialização (útil para CD-ROMS e disquetes).
ro - Monta como somente leitura.
user - Permite que usuários montem o sistema de arquivos (não recomendado por motivos de segurança).
sync é recomendado para uso com discos removíveis (disquetes, zip drives, etc) para que os dados sejam gravados imediatamente na unidade (caso não seja usada, você deve usar o comando sync, Seção 8.22 antes de retirar o disquete da unidade.
Especifica a frequência de backup feita com o programa dump
no
sistema de arquivos. 0 desativa o backup.
Define a ordem que os sistemas de arquivos serão verificados na inicialização do sistema. Se usar 0, o sistema de arquivos não é verificado. O sistema de arquivos raíz que deverá ser verificado primeiro é o raíz "/" .
Após configurar o /etc/fstab
, basta digitar o comando mount
/dev/hdg ou mount /cdrom para que a unidade de CD-ROM seja
montada. Você deve ter notado que não é necessário especificar o sistema de
arquivos da partição pois o mount
verificará se ele já existe no
/etc/fstab
e caso existir, usará as opções especificadas neste
arquivo. Para maiores detalhes veja as páginas de manual fstab
e
mount
.
Para desmontar um sistema de arquivos montado com o comando
umount
, use o comando umount
. Você deve ter
permissões de root para desmontar uma partição.
umount [dispositivo/ponto de montagem]
Você pode tanto usar umount /dev/hda1 como umount
/mnt para desmontar um sistema de arquivos /dev/hda1
montado em /mnt
.
Observação: O comando umount
executa o sync
automaticamente no momento da desmontagem para garantir que todos os dados
ainda não gravados serão salvos.
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Guia Foca GNU/Linux
Versão 3.99 - Segunda, 01 de Agosto de 2005gleydson@guiafoca.org